quinta-feira, 27 de maio de 2010

1. Introdução
Os equinodermos (do grego echinos espinhos; derma pele) constituem um grupo de animais exclusivamente marinhos, dotados de um endoesqueleto calcário muitas vezes provido de espinhos salientes, que justificam o nome zoológico do grupo. Entre os equinodermos estão as estrelas-do-mar, os pepinos-do-mar, os lirios-do-mar e os ouriços-do-mar entre outros.
Uma das características mais marcantes dos equinodermos é a presença de um complexo sistema de lâminas, canais e válvulas, denominado sistema aqüifero ou ambulacrário (do latim ambulare = caminhar), que se relaciona com a locomoção, secreção, respiração, circulação e até mesmo com a percepção do animal. Esse sistema inicia-se com a placa madrepórica ou madreporíto, geralmente de localização dorsal, por onde a água do mar penetra; em seguida, a água alcança uma série de canais e, por eles, atinge os pés ambulacrais, que são cilindros fechados que se estendem para o meio externo através de poros existentes no esqueleto. Os pés ambulacrais são dotados de paredes musculares e de ampolas que acumulam líquido; as variações de pressão
do líquido no sistema determinam a expansão ou retração dos pés, fato que culmina com o deslocamento do animal.
2. Características gerais dos equinodermos
São animais exclusivamente marinhos, de vida livre, predadores ou detritívoros. Apresentam simetria bilateral na forma larvar e pentarradial na maioria dos
adultos;
São triblásticos, celomados, enterocelomados e deuterostômios;
Têm corpo sem cabeça e desprovido de segmentação. Possuem endoesqueleto
calcário, recoberto por uma epiderme fina;
São dotados de sistema aqüífero ou ambulacrário. São animais dióicos, com
fecundação externa e desenvolvimento indireto; produzem vários tipos de larvas ciliadas(exemplo: plúteo).
Não possuem sistema excretor especializado; as excretas são eliminadas por difusão em qualquer superfície exposta á água (inclusive através dos pés ambulacrais).
Não apresentam sistema circulatório, sendo que a circulação dos nutrientes é feita através do sistema ambulacrário;
Têm sistema digestivo completo; nas estrelas e ouriços, a boca localiza-se na face inferior, e o ânus, na face superior. Ocorre a presença de dentes que estão ligados a uma estrutura de apoio, composta por uma armação de ossículos, chamada de:
Lanterna-de-Aristóteles;
Nos equinodermos as brânquias encarregam-se das trocas de gases respiratórios entre a água e fluido celômico e também contribuem na eliminação
de excretas. Nas estrelas-do-mar existem centenas de papilas entre os espinhos, que funcionam como brânquias, e nas holotúrias há um conjunto de
tubos ramificados internos, chamados de árvores respiratórias, responsáveis pela respiração e excreção.
Sistema nervoso constituído de um anel nervoso situado em torno da boca, do qual partem cinco nervos radiais que se ramificam por todo o corpo. O
sistema sensorial é muito reduzido, sendo que nas estrelas-do-mar existem células fotorreceptoras, como minúsculos olhos nas extremidades dos olhos.
3. Sistema ambulacral ou hidrovascular.

Agora vamos estudar uma pouco mais detalhadamente o sistema ambulacrário dos equinodermos, pois o mesmo é de extrema importância para a fisiologia desses animais.
O sistema ambulacral ou hidrovascular, exclusivo dos equinodermos, é um conjunto de
tubos e ampolas cheios de água do mar, daí o nome "hidrovascular" (do grego hýdor, água, e do
latim vasculum, vaso, recipiente). O sistema hidrovascular é responsável pela movimentação dos
pés ambulacrais.
A água penetra no sistema ambulacral através de poros em uma das placas do esqueleto,
a placa madrepórica, situada na face dorsal do corpo, e segue pelo canal madrepórico (ou
canal pétreo), que se liga a um canal circular localizado em torno do tubo digestivo. Nesse
canal circular existem expansões, as vesículas de Poli, de onde partem canais radiais, que
percorrem o corpo junto à face interna das chamadas zonas ambulacrais. Em cada canal radial
existem inúmeras bolsas musculosas, as ampolas, cada uma, ligada a um pé ambulacral. O pé
ambulacral desponta para o interior do corpo através de um orifício do esqueleto.

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